Resumo:

A presente exposição tem como objeto de análise a figura do negro nas charges e fotografias nas páginas da revista O Malho, entre aos anos 1902 a 1910, na então capital federal, Rio de Janeiro da Belle Epoque. Para esta tarefa foram selecionadas algumas charges que retratam as crônicas do cotidiano dos negros ou mestiços, presentes no imaginário dos letrados.

Basta lembrar que os setores populares no Brasil, no começo do século XX eram compostos majoritariamente pela população não branca. Por mais que essa constatação pareça um tanto quanto óbvia, é de suma importância destacar que este período fora marcado pelas teorias  raciais e racistas do fim do século dezenove (Darwinismo social, determinismo biológico, atavismo, hereditariedade da degeneração). Nesta sociedade recém regressa da escravidão, o negro e o mestiço encontravam-se em desfavor social. Embora se deva ser salientada as formas de sobrevivência e autonomia encontrada por  ex escravos, como por exemplo  vendedores ambulantes. Neste sentido as charges do malho abordam o cotidiano às vezes de forma carnavalesca, ou como forma de denuncia frente às barreiras impostas aos afrodescendentes durante a Belle Epoque.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

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CHALLOUB, Sidney. Cidade febril: cortiços e epidemias na Corte Imperial, São Paulo, Companhia das Letras, 1996.

SILVA. Livia F. Pinto “ O povo no imaginário dos letrados: as representações dos setores populares nas paginas da revista o Malho (1904-1908).” Dissertação de mestrado. História. Univerisdade Federal de Juiz de Fora. Juiz de Fora, 2014.

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SILVS. Marcos. "Caricata república, o Zé Povo e o Brasil. 1 ed. Rio de Janeiro: Marco Zero, 1990.

Sumário Remissivo:

Pobre gente- 17/02/1906, número 179.

A feitiçaria- 30/06/1906, número 198.

A influência dos regulamentos- 14/03/1908, número 287.Typos e costumes . 01/10/1904, número 107. Capa

Amor preto. 24/12/1904, número 119. pp 29.

Fotografia: Tia Conga 126 anos.05/05/1906, revista 190, pp 06.